Ao ler a coluna de Luís Felipe Corrêa, dedicada aos duzentos
anos de Varnhagen e a posição política que expressou em suas produções...
Consideramos as colocações de Corrêa inspiradoras para retomar
a produção de Varnhagen e imagens que ficaram da sua atuação nos oitocentos,
principalmente para propormos um debate sobre a relação presente-passado e as nossas
motivações para a escrita historiográfica.
Partimos da seguinte indagação: até que ponto nos distanciamos
da posição e procedimento utilizado por Varnhagen em sua escrita sobre a "história
do Brasil" na produção historiográfica que promovemos na atualidade?
Sempre que retomamos suas obras (as quais você pode utilizar
e analisar visitando o site do Instituto Histórico Geográfico Brasileiro - IHGB
- https://ihgb.org.br), avaliamos como foram
construídas para ser o acesso à gênese da nação brasileira, observamos um
processo narrativo que se quer inconteste, sinônimo de uma descrição assertiva do
passado, culminando com a nação que se erguia no Brasil Imperial. Essa
entonação, que sugere produzir memórias como registro oficial de eventos, expõe
a principal característica de suas obras; uma proposta de clarividência dos
fatos a pontuar, particularmente, exaltando aquele universo social que o titulou
e o consagrou para tal produção histórica. Esses são usos da escrita histórica que
tentaram dissipar tensões e, no mínimo, distanciar (enquanto possibilidade
histórica) a problematização do projeto de nação que se defendia com tal
proposição naquele momento.
Falamos brevemente de Varnhagen para retomarmos uma questão
que envolve o presente e o passado em nossas produções. Para tratar como utilizamos
as documentações e produções históricas em nossas atividades... Pois, ao investigarmos
processos históricos reconhecemos, nessa prática, o que validamos no presente quando
decidimos por certos procedimentos e sentidos de história ao acessar o passado?
Comente e indique como avalia essa questão.
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